quinta-feira, agosto 02, 2007

O fim por vir.

Passos lentos até o final
Eu nao quero chegar
Estou bem, aqui com você
Mas você não quer ficar...
Tanto medo e confusão
E tão sem razão
Estou bem aqui, com você

Mas se queres vá
E eu prossigo
Se queres vá
Continuarei contigo
Um velho amigo
Um bom livro
Um belo quadro
Um novo disco
Canção de amor no violino
E muita dor

Eu sempre digo:
O que lhe falta é paz
E isso ninguém pode dar

domingo, abril 15, 2007

Me encontrar

Preciso de todo o meu tempo
Preciso em tempo integral
E você não sabe o bem e o mal
Que me faz quando é parcial
Eu preciso de um pouco de vida
Das suas belezas, malditas, perdidas
Não escrever sobre o carnaval
Você já me leu repetindo
Tantas frases, tão pouco sentido
Estradas sem nenhum destino
Caminhos que acabam no mar
Mas é que me sinto perdido
E você não me quer ajudar

domingo, abril 01, 2007

Clichê

Se eu conseguisse escrever
Alguma coisa à sua altura
Alguma coisa tão bonita
Que pudesse te encantar
Escreveria pra você
E chamaria com teu nome
E seria, se pudesse
Alguma coisa sem clichê
E não os textos tão banais
Que eu costumo escrever

domingo, fevereiro 18, 2007

Cultura: inútil para espantar o tédio

Cultura-inútil para espantar o tédio
Leia um pouco se puder
E seja um pouco qualquer um
Ou você mesmo, se quiser
Ninguém se importa
São todos mais alguns
E com preguiça infernal
De abir a porta e conversar
Ou de, talvez, ler um jornal
Mas as revistas que assinam
Eu assumo, até ensinam
Por isso não resista
E seja um pouco qualquer um
Esquecendo a cultura
Que, de fato, até hoje
Muito pouco te ajudou

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Como antes

A casa caiu
E lá estava eu
Com tudo que era meu
Sentado como sempre
Sentado como antes
Naquele mesmo canto
Daquele mesmo jeito
E cantava um solfejo
Que nunca se ouviu
Pois lá estava eu
E a casa caiu

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Humanos

No meu sonho eu via anjos
Que, como nós, eram humanos
E tinham asas, mas não sabiam voar
Todos brancos, todos racistas
Todos deitados com as pernas para o ar
Eram ricos e poderosos
E não tinham com o que se preocupar
Eram livres mas viviam presos
Sentados na frente de uma televisão
Vendo novela ou tele-jornal
Mas nunca prestando atenção
Existiam mulheres, existia machismo
Não existia caráter, só existia cinismo
Eles se sentiam perfeitos
Mas só tinham defeitos
Sabiam de tudo um pouco
Mas de nada por inteiro
Se diziam modernos
E agiam de modo estranho
Destroiam em qualquer oportunidade
E a destruição chamavam de cidade

domingo, novembro 26, 2006

Uma rede na varanda

Vem que eu te seguro
Não tenha medo de voar
Você agora é
Quase a única no mundo
Não deixe isso acabar

Olha o céu, que lindo
Olha o mar
Deita na rede e descança
Depois venho te acordar
Esse momento não vai passar

Pensar na vida
Olhando a vista
Faz o mundo mais bonito
Torna o tempo devagar
Então me dá um sorriso

Do que mais eu preciso?
O sol já vai chegar
E essa noite não volta
Mas pra mim não passa
Não levante enquanto não acabar